Realizou-se na última quinta-feira (19), na Sala de Imprensa da Santa Sé, a colectiva de imprensa para a apresentação da viagem apostólica do Santo Padre ao Quênia, Uganda e República Centro-Africana. Mensageiro de paz e reconciliação: é com esse espírito que o papa Francisco estará na África na próxima semana.
Trata-se da 11ª viagem apostólica internacional do papa Francisco, a primeira à África. O porta-voz Vaticano, padre Federico Lombardi, destacou a paz, o diálogo inter-religioso e o testemunho dos mártires cristãos entre os temas dessa viagem.

Quando nesta quarta-feira (25) o avião com o papa a bordo aterrar no aeroporto de Nairóbi – capital do Quênia –, estará  iniciar uma nova visita de Francisco que, mais uma vez, tem predilecção pelos últimos, “pelas periferias”.

A Vez da África

A África faz-se protagonista, como ressaltou Pe. Lombardi, que recordou as viagens dos Pontífices precedentes e, em particular, de João Paulo II que, em seu Pontificado, visitou 42 Estados africanos, quase a totalidade do continente:

Encontrando-se connosco (na colectiva com a imprensa, ndr) Papa africano voo de retorno do Brasil, o papa dissera que queria ir à Ásia e África: à Ásia já foi, fez duas grandes viagens das quais participamos acompanhando-o, e agora chegou a vez da África.”

Pe. Lombardi, disse que no Quênia o Papa Francisco, vai discursar na sede das Agências da ONU para o Ambiente e o Habitat. Espera-se um amplo discurso que retome os temas da ‘Laudato si’.”

Outro momento significativo será a visita a “Kangemi”, uma das favelas da capital queniana. Ali, disse o religiosos jesuíta, o papa pronunciará um discurso em continuidade com o que proferiu aos movimentos populares na Bolívia. Em seguida, terá lugar o encontro com os jovens do país:

“São jovens que precisam ser encorajados, motivados a olhar para frente, numa situação que não é fácil para eles viver seu testemunho cristão e buscar os caminhos de um desenvolvimento adequado.

Uganda, a homenagem ao testemunho dos mártires

Na sexta-feira (27), o Pontífice se transferirá para Uganda, onde o momento central será a missa pelos Mártires do país, seguida de uma visita à Casa da Caridade de Nalukolongo, administrada pelos Jesuítas.

O director da Sala de Imprensa da Santa Sé recordou que em Uganda actuam 288 instituições de saúde promovidas pela Igreja católica.

Em seguida, ressaltou a importância dos mártires – católicos e anglicanos – para este país que foi visitado, pela primeira vez por um Papa, em 1969, pelo Beato Paulo VI:

O caso dos mártires ugandenses é central. Sabemos inclusive da grande importância que o Papa deu à temática dos mártires: vimos isso na Coréia em particular; aí o veremos novamente em Uganda.”

Francisco na África-Central, mensageiro de paz e reconciliação

Por fim, no domingo (29) será a vez da República Centro-Africana ferida pelas violências, à qual Francisco testemunhará sua proximidade e dará um forte sinal de paz a partir da visita a um campo de refugiados, a uma paróquia católica, onde se encontram acolhidos mais de dois mil deslocados:

A finalidade da visita do papa à República Centro-Africana é justamente manifestar sua proximidade ao povo que sofre devido ao conflito e as tensões. Portanto, a visita ao campo de refugiados é um primum para o Papa e é a primeira coisa que fará após ter encontrado as autoridades.”

Também na República Centro-Africana, bem como nos outros dois países, em seus deslocamentos o Santo Padre usará o papa móvel descoberto, de modo a ter um contanto direto com o povo. O encontro com a comunidade muçulmana centro-africana, na mesquita de Bangui, será particularmente significativo. O Pontífice aprecia o esforço da “plataforma inter-religiosa” do país africano, que tem como protagonistas, entre outros, o arcebispo de Bangui – Dom Nzapalainga, um pastor e um imame.

República Centro-Africana, nenhuma mudança de programa

O momento central da visita a Bangui será a missa na catedral, onde o Pontífice abrirá a Porta Santa do Jubileu da Misericórdia. Respondendo a perguntas dos jornalistas, o porta-voz do Vaticano afirmou que a mensagem de paz e reconciliação da viagem à África não sofre modificação, a não ser reforçada, após os eventos verificados em Paris. E reiterou que não haverá nenhuma mudança na visita à República Centro-Africana:

Nada mudou em relação ao que dissemos reiteradas vezes, e que repito novamente: ou seja, que o Papa quer ir à República Centro-Africana; que o programa continua sendo o de ir ao país centro-africano; que todos nos orientamos nesse sentido; que como toda pessoa sábia, monitoramos a situação e se verifica o que ocorre… Todavia, no momento actual continuamos prevendo ir à República Centro-Africana.”

Ao todo, o Pontífice pronunciará 19 discursos: 14 em italiano, 2 em inglês, 2 em espanhol e um em francês. Por fim, padre Lombardi informou que o Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin, estará na comitiva do Papa no Quênia e em Uganda, mas não na República Centro-Africana, porque naquela data estará em Paris representando a Santa Sé na Conferência sobre o clima.

Fontes: Radio Vaticano